domingo, 26 de outubro de 2008


MEDO NAS SALAS DE AULA DO DISTRITO FEDERAL
(Correio Braziliense)

Um olhar pode levar à morte. A frase, escrita em uma carta por um jovem estudante da capital do país, resume o clima de insegurança e violência que permeia as salas de aula das mais de 600 escolas públicas da rede do Distrito Federal. Revólveres, facas, bebida, drogas, incompreensão e medo. Muito medo. E não é para menos. Milhares de alunos admitem que já usaram ou usam drogas. Outros tantos falam, sem constrangimento, do fato de pertencerem a gangues e do uso de armas dentro das instituições de ensino. Por armas, leia-se: punhais, facas, soco inglês, revólver e porrete. Logo para a escola, o ambiente que deveria ser o berço da cidadania da futura geração brasileira virou palco para cenas de terror descritas com frieza ou pânico por meninos e meninas que escolhem estar em um dos lados da guerra.
O número de crianças e jovens submersos na violência faz parte de um amplo diagnóstico feito para entender cenas como as vistas na semana em que um diretor foi ameaçado de morte, um aluno foi esfaqueado, uma criança apanhou. Tudo dentro ou nos arredores dos centros de ensino do DF. Pelo levantamento, é possível ver o tamanho do problema. Foram 5,3% dos estudantes que reconheceram levar armas brancas e 3% carregaram armas de fogo para o lado de cá dos muros dos colégios. Projetado ao universo de alunos da rede pública, os dados correspondem a 15.444 estudantes entre a 5ª série do ensino fundamental e o 3º ano do ensino médio, em um universo de 186 mil alunos. Quando está em jogo o número de pessoas que já viram armas dentro do perímetro escolar, o número é ainda maior: 37.921 e 58.080 para armas de fogo e armas brancas, respectivamente.
Os números chocaram os gestores da educação da capital, responsáveis pela elaboração da pesquisa que foi executada pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla). “Os dados são piores do que a gente imaginava. Mas conhecer a realidade é o primeiro passo para enfrentá-la de forma definitiva”, afirma o secretário de Educação, José Luiz Valente.
Os pesquisadores ouviram, de junho a setembro deste ano, quase 10 mil alunos e 1,3 mil professores, em 84 escolas. A metodologia da pesquisa permite que os números sejam expandidos para toda a rede. Os principais dados, quantitativos, foram conseguidos com exclusividade pelo Correio. A análise completa, com as entrevistas e redações, será condensada em livro a ser publicado em 2009.

Status
Com os números em mãos, o Correio percorreu escolas em algumas das 14 regionais de ensino, principalmente aquelas cujos números apontam um agravamento da violência cotidiana, como Santa Maria e Brazlândia. Em todas as abordagens, a reportagem ouviu relatos preocupantes que deixaram clara a banalização da violência. As armas de fogo, por exemplo, podem servir para ferir. No entanto, em boa parte das vezes, é uma peça de status para os alunos. Como foi o caso de um estudante que, no ano passado, virou o astro da turma ao entrar na pequena sala de aula da 7ª série da Escola Classe 412 de Samambaia com um revólver calibre .38 carregado com três balas. E ele conseguiu o que queria: atraiu as meninas, despertou a curiosidade dos meninos, ou seja, criou o maior rebuliço entre a galera.
Todo mundo queria ver de perto o que ele, sentado lá no fundo, escondia por baixo do uniforme. “O cara que tem arma quer mostrar para todo mundo, para dizer que é doidão”, comenta um colega, que tenta amenizar a cena: “ele é um cara de boa”. Alguém na sala pensou diferente e vazou a notícia para a diretora. Quando a polícia chegou, o revólver estava escondido na caixa d’água do pátio. O garoto acabou expulso do colégio.
O diagnóstico também mostra como as brigas se tornaram uma constante nos colégios e nas cercanias. A cena que a reportagem presenciou no Guará, na última sexta-feira, é exemplo disso. Quando o relógio deu meio-dia e a aula acabou, a garotada do Centro de Ensino Fundamental 4 saiu afoita do pátio. Dois grupos, cada um composto por uns cinco alunos, se encontraram na praça em frente à instituição. Começou o empurra-empurra, sem que ninguém falasse nada. Até que um resolveu dar o primeiro soco. Foi o início da pancadaria que incluiu chutes, tapas, voadoras e agarrões no uniforme. “Todo dia tem isso. É brincadeira”, explicou um aluno, observando tudo do outro lado da rua.

Manual contra agressões
Ciente dos números levantados no diagnóstico da situação de violência nas escolas, a secretária-adjunta de Educação, Eunice Oliveira, explica que as instituições de ensino precisam recuperar o papel disciplinador. “Educar é também impor limites”, avisa. “A direção muitas vezes deixa de fazer registro de casos de violência. Isso é complicado, principalmente, quando se trata de um ato infracional. Quando entra arma na escola ou há brigas, é fundamental ir à delegacia ou chamar o Batalhão Escolar”, afirma a secretária-adjunta que elaborou, com a equipe do gabinete, um manual de procedimentos para cada caso de violência. A publicação será distribuída a 15 mil gestores e educadores da rede de ensino nos próximos dias.
O documento de 53 páginas está dividido em 10 capítulos. O primeiro traz uma série de definições que podem ser usadas, inclusive como material de apoio da matriz pedagógica. “O que é o que”, conceitua 26 termos ligados aos direitos humanos e à cultura da paz, como preconceito, conflitos e cidadania. O capítulo seguinte, segue a mesma linha e apresenta os atores do combate à violência, como conselho tutelar e o Batalhão Escolar. A partir do terceiro capítulo, uma série de procedimentos é apresentada. “Com essa ferramenta, fica claro que a escola não está sozinha”, explica o secretário José Luiz Valente.
Além do manual, a política do GDF de valorização da paz trabalha para aumentar a sensação de pertencimento dos alunos e professores ao ambiente escolar. Para tanto, a Secretaria vai incentivar as escolas a abrirem grêmios estudantis capazes de discutir medidas de inclusão. Além disso, o governo do DF vai promover cursos de capacitação de professores e diretores para enfrentar conflitos e orientá-los a lidar com situação de violência.
A rotina da escola tem uma regra definida: “não pode dar bobeira”. O conselho vem dos que já sentiram na pele todo tipo de violência. Um aluno da 7ª série do Centro de Ensino Médio 3 de Ceilândia, aprendeu a duras penas. Teve roubado o aparelho de MP4 e regrediu alguns anos em matéria de tecnologia portátil para ouvir música. Tirou da gaveta o velho diskman. Ele “deu bobeira” e deixou o aparelho dentro da mochila. Se ele fez alguma coisa, se procurou ao menos a direção para avisar do roubo? “Não adianta, não. Direção vai resolver o quê? Se quiserem levar, eles levam mesmo”, responde o garoto de 16 anos, conformado com a situação.
Nada menos que 27,8% dos alunos declaram ter sofrido roubo ou furto entre 2006 e 2008dentro das escolas. E engana-se quem pensa que os professores estão livres. Na pesquisa da Secretaria de Educação, 16,5% reclamaram da mesma coisa. Mas, para os mestres, a violência mais comum é a ameaça, que atinge 26,4% do entrevistados.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008


A ARTE DE SER PROFESSOR

Na semana em que se comemora o DIA DO PROFESSOR, muitos são os que estão saindo de sala de aula em busca de uma "tranqüilidade financeira" ou até mesmo de uma profissão mais segura.
Em Brasília (e no Brasil afora), o que mais se lê em jornais (ou se vê nos telejornais) são notícias de agressões físicas a professores, agressões estas realizadas por alunos, contra os quais nada se pode fazer, pois são "crianças" na faixa etária de 13 a 17 anos. Um absurdo!...
Recentemente, nas escola em que trabalho, um aluno agrediu a professora de Educação Física simplesmente porque ela o levou à direção, e esta chamou sua mãe.
Creio eu que a professora equivocou-se ao levá-lo à direção, pois o "coitadinho" nada fizera além de entrar no banheiro das meninas e tentar agarrar uma das alunas.
Após agredir a professora, o "pobre e injustiçado" aluno foi transferido para outro estabelecimento de ensino. Antes, porém, fez ameaças de morte à professora... E que Deus tenha piedade dos colegas professores que o receberão!
Como se não bastassem os freqüentes registros de agressões a professores (o que muito tem motivado esses profissionais a tentarem outros concursos públicos), o Secretário de Educação foi à imprensa e disse em alto e bom tom que está muito preocupado com a Educação, pois "os professores não têm colaborado" e a maioria deles "vive de atestado médico".
Se tivéssemos feito como bem disse Pitágoras (Eduquemos as crianças para que mais tarde não sejamos obrigados a castigar os adultos), talvez tivéssemos pessoas de melhor caráter governando nosso país.
E assim caminha a humanidade: sem conhecer os princípios básicos da Educação!... À parte esses lastimáveis problemas, dedico os versos a seguir a todos aqueles que exercem, com amor à profissão, a ARTE DE ENSINAR.

A ARTE DE SER PROFESSOR
(Joésio Menezes)

Trago nas mãos um pedaço de giz
E com ele vou traçando metas,
Desenhando signos, riscando retas
E descobrindo o quanto sou feliz.

Vou ensinando que nos vários Brasis
Tivemos guerras violentas e discretas,
Tivemos reis, escravos, poetas
Que fizeram a história do nosso país.

Trago nas minhas calejadas mãos
A responsabilidade de formar cidadãos
E a esperança de um futuro promissor.

E em meio a tantos me vem a certeza:
Surgirá alguém que tenha a nobreza
De continuar a arte de ser Professor.

sábado, 11 de outubro de 2008

O ROCK DE NATAL
(www.rockdenatal.com.br)


Atenção, adoradores do Rock!...
Vem aí o mais novo evento de Brasília: O Rock de Natal.
A proposta do evento é fazer, todo fim de ano, um encontro inédito entre duas bandas de grande sucesso e levar o público a viajar num encontro musical!
Nessa primeira edição teremos o encontro dos Covers de duas das maiores bandas de rock do século XX: Beatles e Queen. As bandas Back Beatles e White Queen serão responsáveis pelo espetáculo. Se prepare para grandes surpresas!...

Dia: 28/11/08, às 21h, no Blackout Bar, 904 Sul - clube da ASCEB, atrás do UniDF.

Compre seu ingresso antecipado até o dia 10/11/08. Mas corra, os ingressos já começaram a ser vendidos!...
Feminino:R$:15,00
Masculino: R$:18,00
Censura: 16 anos.