terça-feira, 23 de junho de 2009


DIPLOMA, ESPÉCIME EM EXTINÇÃO

Solidarizo-me com os Jornalistas brasileiros que mais uma vez foram rechaçados pelo autoritarismo burro e medíocre do “nosso” Judiciário (digo “mais uma vez” porque quando do regime militar eles também foram pisoteados, humilhados e, muitos deles, exilados, sem nos esquecermos dos “desaparecidos”).
O STF, na pessoa do “Todo Poderoso” Gilmar Mendes e mais sete “divindades teocêntricas”, decidiu pela dispensa do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão alegando que não “são necessários conhecimentos técnicos ou científicos para o seu exercício” e que essa seria a “garantia do exercício pleno das liberdades de expressão e informação”.
Analisando por esse ponto de vista e pela argumentação do jornalista Gadelha Neto, qualquer pessoa alfabetizada (e que possa se responsabilizar pelos atos) pode almejar a qualquer cargo de Nível Superior sem a obrigatoriedade de se apresentar Diploma, desde que não haja “risco que decorra do desconhecimento de alguma verdade científica”.


QUERO SER JUIZ DE DIREITO, SEM EXIGÊNCIA DE DIPLOMA
(Gadelha Neto)

A decisão do STF, que dispensa o diploma de Jornalismo para o exercício da profissão, me abre um mundo novo: a possibilidade de ser Juiz de Direito e, quem sabe, até alçar voo rumo ao próprio Supremo.
Sim, porque a decisão deixou claro que a minha profissão não exige diploma porque não são necessários conhecimentos técnicos ou científicos para o seu exercício. Disse mais: que o direito à expressão fica garantido a todos com tal "martelada".
Tampouco a respeitabilíssima profissão de advogado e o não menos respeitável exercício do cargo de juiz pressupõem qualquer conhecimento técnico ou científico. Portanto me avoco o direito (e, mesmo, a obrigação), já que assim está decidido, de defender a sociedade brasileira diante dos tribunais e na própria condução de julgamentos.
Além de ser alfabetizado e, portanto, apto a ler, entender, decorar e interpretar nossos códigos e leis, tenho 52 anos (o que me dá experiência de vida e discernimento sobre o certo e o errado) e estudei - durante o curso de jornalismo (!) - filosofia, direito, psicologia social, antropologia e ética - entre outras disciplinas tão importantes quanto culinária ou moda: redação em jornalismo, estética e comunicação de massa, radiojornalismo, telejornalismo, jornalismo impresso etc.
Com essa bagagem e muita disposição, posso me dedicar aos estudos e concorrer às vagas de juiz pelo Brasil afora, em pé de igualdade com os colegas advogados. Também posso pagar e me dedicar aos cursos especializados em concursos públicos para o cargo, se eu julgar necessário. E não é justo que me exijam, em momento algum, qualquer diploma ao candidatar-me ao cargo.
Afinal, se a pena de um jornalista não pode causar mal à sociedade (!!?), a de um juiz também não teria este poder de fogo. As leis - e elas são justas em si - existem para serem cumpridas e cabe a um juiz, tão somente - usando da simplicidade do STF - seguir a "receita de bolo" descrita pelos nossos códigos. Assim sendo, um juiz não pode causar mal algum a ninguém, se seguir, estritamente, o que determina a lei. Concordamos?
Data venia, meus colegas advogados, por quem nutro o devido respeito (minha mãe, cunhada, irmão e sobrinha - por favor, compreendam), quero ser juiz porque é um direito meu, assegurado pelo STF, e o salário de jornalista não está lá estas coisas.

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