quarta-feira, 8 de abril de 2009

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO DF GASTA R$ 430 MIL COM PAPÉIS PARA BANDEJAS
(por Leonardo Ribbeiro e Luís Ródnei)

A novidade está na mesa, mas não é o lanche. Na hora das refeições, os alunos da rede pública de ensino do DF estão recebendo um papel, normalmente usado para forrar bandejas. Só que até agora ninguém entendeu o objetivo do material.
“Não tem nem onde colocar, porque a gente não usa bandejas. Na verdade, não tem utilidade. Vai virar rascunho, aviãozinho, origami ou qualquer outra coisa”, diz a professora Patrícia Camácio.
A toalha é descartável e traz uma frase sobre alimentação e uma propaganda do GDF, além de uma foto de um prato com arroz, feijão, frango e salada. “Ao ver esse alimento estampado, a gente diz para as crianças que esse é o alimento saudável que elas deveriam comer todos os dias. Eu acho um desperdício. Deveriam pegar o dinheiro gasto com esse papel e investir num lanche mais saudável”, sugere a professora Maria de Lourdes.
Sem informação sobre o que fazer com os papéis, uma escola de São Sebastião deixou o material guardado. Ao todo são 15 mil jogos. “Nós não recebemos nenhuma orientação da Secretaria de Educação sobre como usar esse material”, conta a professora Alessandra Gomes. “É um dinheiro mal gasto. Nós temos outras prioridades na educação”, critica outro professor.
Cada folha de papel custou R$ 0,05 aos cofres públicos. O problema é que esse valor multiplicado pelo número de alunos e a quantidade de escolas chega a uma conta milionária. Por ano, o GDF deve gastar quase R$ 4 milhões para fazer o material.
“A proposta é ter 20 unidades diferentes, com cunho pedagógico, para serem utilizados pelos professores em sala de aula, no momento da distribuição da merenda. Por meio desse jogo americano é possível promover a higiene ambiental, ou seja, ensinar o aluno a manter o local mais limpo na hora de consumir a merenda. Aliado a isso, deve existir uma promoção de saúde: um estímulo à alimentação saudável”, explica a gerente de merenda escolar, Kelen Pedrollo.
(Fonte: www.dftv.globo.com)

De repente essa foi a orientação dada pelos nutricionistas do GDF à Secretaria de Educação: mostrar àqueles alunos da rede pública (em especial aqueles da “Educação Integral”), que mal têm o que comer em casa, o que é uma “alimentação saudável”. Talvez olhando a imagem de um prato com arroz, feijão, salada e frango, esses alunos sintam-se bem alimentados e consigam se concentrar mais nas aulas e sintam-se mais dispostos a participarem das atividades extra-classe.

Nenhum comentário: